Um velho poema reescrito:
azul de metileno, amarelo ocre, cream cracker
violência violácea essa chuva de fragmentos plásticos
intempérie dos novos tempos, amor
cetins de acetato, cloridrato de fluoxetina, nuvens sépias
ninféias de látex sobre um rio de mercúrio
cenário para a cura de nossas feridas, querida
cadafalso de faces, fissuras nos flandres, influxo menstrual
viscosidades vermelhas lambendo o crepúsculo
guizos e gonzos, sons dos nossos gozos em gotas finas, menina
jaime brasil filho
Ando farto de amenidades e de olhares temerosos. As pessoas esperam por um momento ideal para começar a viver. Mas, o vento vem antes da chuva, o mormaço antes do vento. E a morte antes de tudo.
Nos finais de semana eles copulam como lagartas, babam feito ruminantes, e quaram como iguanas ao sol.
É preciso lembrar: pimenta murupi não é tempero. É fruto sagrado da erva. É o perfume do fogo. Legado dos nossos ancestrais. Quem quiser dar o próximo passo, pode começar por aí.
Não me perdoem os excessos. Nos altos céus reinam os urubus. No olho d’água germinam os girinos. E só o que é selvagem pode ser humano.
Eu gosto de gente, de árvores, de serpentes. De pedras, de ventos, de vulvas.
Cai como uma luva a chuva sobre a minha mão. Escuto os trovões, o sermão das tempestades no telhado de zinco, e os mantras sobre a velha lata de tinta deixada embaixo da biqueira. Às vezes as gotas fazem uma escala musical perfeita.
Mas as pessoas estão surdas.
jaime brasil filho
Nos finais de semana eles copulam como lagartas, babam feito ruminantes, e quaram como iguanas ao sol.
É preciso lembrar: pimenta murupi não é tempero. É fruto sagrado da erva. É o perfume do fogo. Legado dos nossos ancestrais. Quem quiser dar o próximo passo, pode começar por aí.
Não me perdoem os excessos. Nos altos céus reinam os urubus. No olho d’água germinam os girinos. E só o que é selvagem pode ser humano.
Eu gosto de gente, de árvores, de serpentes. De pedras, de ventos, de vulvas.
Cai como uma luva a chuva sobre a minha mão. Escuto os trovões, o sermão das tempestades no telhado de zinco, e os mantras sobre a velha lata de tinta deixada embaixo da biqueira. Às vezes as gotas fazem uma escala musical perfeita.
Mas as pessoas estão surdas.
jaime brasil filho