quarta-feira, novembro 08, 2006

pensei que era só
pensei que era com todo mundo
pensei que era o mundo

quinta-feira, outubro 19, 2006

Bossa nova
Pra solidão
Pra felicidade
Pros difíceis

Rock n´roll
Pra solução
Pra nova idade
Pros impossíveis

Música de amigo
Pro coração
Pra longevidade
Pros sensíveis

terça-feira, outubro 03, 2006

Carvão Vegetal

Passou mal!
Dor de barriga das brabas.
Tinha comido um ovo,
um não
e uma soda limonada.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Plantei um dicionário.

Primeiro vieram os AS: adedonha, adereço, almoço, amante, asteróide.

Os Dês: dança, dedo, desejo, diamante, doce, dúvida.

Os Efes: família, fim, frasqueira, frevo, futebol.

Tô num dilema: será que corto antes do Gê?

sexta-feira, setembro 15, 2006

Nascida do prazer: Tarsila
Prazer nascido
Amor dormido
Até tê-la
Chema Madoz

Certa vez, eu comecei uma história com certa vez.
Certa eu não estava. Caí numa cilada.
Nessa mesma época eu tive lêndea.
Agora eu conto os meus contos com

era uma vez, como se fossem lendas.
Mas até hoje coço a cabeça quando escrevo.






quinta-feira, setembro 07, 2006

O caminho que nem sempre é o mesmo

Desde que ficou mocinha pinta suas unhas com esmalte.
Toda semana, a mesma cor, a mesma hora, o mesmo assunto, no mesmo salão.
Um dia, seu marido estranhou.

Finalmente tinha visto suas unhas sem esmalte.
Eram coloridas sozinhas, compridas, com pintinhas brancas (dizem que é beleza) e gostou.
Não comentou nada, mas leu o diário dela.

Na novela ninguém usa esmalte e ela queria ser atriz.

sábado, agosto 19, 2006

Eu tava no sal.
Ele no açúcar.
Eu na arruda.
Ele na orquídea.
E assim foi: black e red, jeans e organza.
Até que ele colocou um forró.
Misturou tudo dentro de mim.
Eu que tava tão bossa-nova-retrô-metrô.
Fiquei agridoce.

quarta-feira, agosto 16, 2006

exagerei no meu disfarce
criei caras e bocas
poses e trapaças
pra passar a lua nova
cheia

terça-feira, agosto 15, 2006

Vamos andar abraçados pelas calçadas vestidos do que somos, ou melhor, do que queremos que o mundo seja em nós, portanto, fantasiados de nós mesmos, aquela ali do meio, a fantasia que nunca deixamos de ser.
Meus vestidos indianos, seus chapéus de feltro, minhas mãos esvoaçantes, suas pernas cruzadas, nossos pés grandes dando passos em direção aos nossos sonhos.
Aos olhares mais espertos, aqueles que vêem mais por que nenhum out-door ou luminoso lhes serve de âncora, é possível ver nossas almas em algumas almas. As que sobraram.
Sabemos que é preciso mais do que desejo, é preciso também energia, é necessário agir, mas ação pra que? Para ter a nós mesmos e sermos plenos de nossos sonhos. Nos embriagaremos de sonhos.
E nossas vidas serão festas que tomam de assalto nossas casas, sem endereços, e nossas almas: velas coloridas, almofadas e capoeira. E nos saciaremos do amor.

quarta-feira, agosto 09, 2006

na medida certa

Vera. Sua mãe escolheu o nome quando ela ainda estava no útero.
Para sua mãe o nome significava verdade e assim teria que ser.
Vera era uma mulher de vida social intensa. E hoje, a noite era festa.
Sempre vestiu a roupa perfeita para a ocasião, temperatura, pessoas.
Riu, traiu, desejou, invejou: na medida certa.
E hoje, a noite era festa.
Pela primeira vez sentiu incômodo ao se olhar no espelho.
Ficou em casa, dormiu nua e sonhou com nada.

terça-feira, agosto 08, 2006

Chorou porque não conseguia parar de chorar.
Fez rio.

Fez água salgada do mar.

sábado, agosto 05, 2006

no café da manhã

Tudo aquilo pra mim não passava de um sonho.
Mas as pessoas me fizeram crer que era verdade.
Percebe, tem até cheiro e gosto – diziam.
Doce como sonho.

quinta-feira, agosto 03, 2006

quadro

há muito tempo atrás
eu queria ser uma bola.

Passou o tempo
e tudo que eu quero ser
é um macarrão,
parafuso de preferência.

Mas sou aquela ali,
do canto esquerdo,
em cima do ombro do menino remelento:
não passo de uma mosca morta.
Estava na estação de metrô Consolação.
Do lado estava um velho.
Paletó branco, cabelos brancos, barba branca, bengala azul.
Era bonito de se ver.
Fiquei olhando, pensando no que pensava.
Mas já não pensava mais, era só imagem.
Triste de se ver.
E o trem para o paraíso passou.

quinta-feira, julho 20, 2006

pipoca

Estourou o hímem
a bolsa
a conta
de raiva
estourou de tanto comer
...
Fez cocô e esqueceu.

quarta-feira, julho 19, 2006

segunda-feira, julho 17, 2006

É BATATA!

*unha suja * areia no maiô na praia * cabelinho na comida * discutir relação de madrugada e no telefone depois de ter tomado todas * arrotinho depois da coca cola * estar falando e abaixarem o volume do som e a voz sai altona *tirar meleca do nariz (disfarçadamente) * não usar camisinha * acender cigarro ao contrário * estar no banheiro olhar pro lado e não ter papel higiênico * procurar caneta (ou óculos) e está com ela na mão * sonhar que tá pelado no meio da multidão * desodorante vencer * calcinha e cueca furada * comer demais * cabelo feio *quase vomitar quando escova a língua * olhar para dentro da privada * desligar o despertador e continuar dormindo * cd pulando * baseado grudar na boca * meia suja ou furada quando vai comprar um sapato * medo de avião * pão mofar * não saber do que estão falando e dizer: “Ah, já ouvi falar” * arriscar um punzinho e sair alto * pensar em “probleminhas” antes de dormir e ter insônia * sorrir e ter um feijãozão no dente * estar de ressaca e falar: “vou dar um tempo de bebida” * motorista de táxi malufista * micuim no umbigo * deixar o livro pela metade * verificar se fechou a porta * checar e-mail toda hora * xixi gigante e à prestação no bar * não achar vela quando acaba a luz * ter roupas que nunca usa * achar que no futuro as coisas vão melhorar * ficar com a porta da geladeira aberta e não saber o que comer * pagar caro * deixar pra amanhã * sonhar que quer gritar e não consegue * ligar pra alguém que não quer te atender e a secretária fala: “fulano tá em reunião”. Se ainda não aconteceu, acontecerá! É BA-TA-TA!

Só para mulheres: desfiar meia calça, menstruar e não ter absorvente, calcinha enfiada na bunda e não ter como tirar, ficar encanada que sujou a calça e fio do ob pra fora do biquíni.

quinta-feira, julho 13, 2006

a vingança é servida em copo quente

Lia sempre o jornal muito cedo.
E guardava todos os dias o mais gostoso pro final: o horóscopo.
Assim como a gente reserva o pedaço mais gostoso de carne no canto do prato.
Na noite anterior tinham discutido.

Queria se vingar.
Sem querer derramou café no signo dele.

E ele odeia café.
MUDA
Era de planta
Era de voz
Era de casa
Era de vida

VENDO
Minha casa
Meus dólares
Meus desejos
Não tem preço

quarta-feira, julho 12, 2006

A mulher moderninha
Tem umas mechas no cabelo.
Tá legal na empresa.
Tem um namorado gato.

A mulher moderna
Usa cabelos de outra cor.
É quase chefe na empresa.
E tem um amante.

A mulher ultra moderna
Não sabe a cor original do seu cabelo.
Tem uma empresa.
Gosta de meninos e meninas.

A mulher futurista
Não pinta os cabelos.
Tem uma ONG.
E vem de quatro casamentos.