terça-feira, setembro 08, 2009

sobre o tempo

longa espera
e por mais que você não queira
.................

precisa dela
chão de terra batida
arranha-céu
sacos de lixo sobre a mesa
e um besouro negro pousa no mármore

mar morto e água-viva
aveia e centeio sobre o capim
e cada semente carece de sentido
ai de mim

terça-feira, julho 21, 2009


aniversário
o futuro mais que perfeito
não participo do passado
mas aposto num presente
(por Lilian e Jaime)

sexta-feira, março 06, 2009

nada pinta
desce o sol
move a sombra
tarda a lua
cresce a planta
feito criança
o tempo muda
o vento grita
a palha dança
e deixa a vida
tudo tinta
são dois pra lá dois pra cá

ah...se o capitalismo soubesse dançar
quando dei por mim
estava tudo como antes
você na terra escavando estrelas
e eu nas nuvens garimpando diamantes
Enquanto eu olhava as estrelas,
fingia,
porque sou ansiosa para ficar muito tempo olhando uma coisa só.
Fingia também enquanto dormia,
achava meio perda de tempo,
sou ansiosa, contei atrás.
De vez em quando ouvia prosopopéias, mas mal sabia o que era, quem eram e quando viveram e o que faziam as prosopopéias.
Eu tenho cérebro de paisagem.
Então, nesse instante, eu gostava de sonhar, de olhos abertos, enquanto o mundo vivia e enquanto o mundo dormia.
No meu mundo não tem magia.
Nem rádio.
Nem mosquito.
Tudo isso dispersa.
E eu não tenho paciência.
Mas tenho imensa vontade de ouvir o silêncio,
o batuque do meu coração
e a fumaça do meu cigarro na luz.
não mais me atura?

então queime esta minha criação

criatura

Catapora Caipora Poeira Capoeira

Fico eu:
fora ou na beira?
sem pisar no chão
as pegadas que deixo no ar
ninguém pode apagar

o quadro do momento - em produção


terça-feira, março 03, 2009

Me despeço do dia
Me despindo de mim
se o centro é o umbigo
me convide que eu me concentro
contigo
aquela tarde
aquela fraude
aquela fuga
aquele alarde
aquele ar
de até mais tarde
aquela lua
aquela rua
aquela nua
aquela sua
suavidade
Onde você foi, noite?
Te esperei a tarde inteira.