quarta-feira, junho 11, 2014

Rinite de rinoceronte, esta minha. Formigas imaginárias passeiam na borda do copo
e a tua saliva cheira a sândalo.
Ontem fiz um escândalo por nada, senão não seria escândalo, seria justiça. Tenho uma pista do que tu gostas: faz fumaça. Uma aposta do que detestas: faz careta.
Entre reluzente e sombria, nunca foste fosca. Entre transbordante e escassa, jamais nivelaste a vela.
Seguem os vultos de rostos sob os escafandros, sufocados pelo calor e o cheiro de esgoto da baixada.
Pelos meandros de malandros do Beiral arrebatam-se o divino, o etéreo, e é como se dissessem pra mim: - chega desse seu lero-lero pequeno-burguês.
Saqueiam a ordem em doentia perseverança, são mártires do caos, arautos do fim, assassinos da decência perdulária, algozes da nossa aconchegante hipocrisia.
Vida vadia, vida vazia. Todos podemos escolher.

jaime brasil filho

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